Estas perguntas são complexas, embora num primeiro momento a grande maioria das pessoas associem dinheiro com felicidade na carreira profissional ou em todas as outras dimensões da vida, mas esta é uma visão simplista porque se fosse assim, bastaria saber quanto cada pessoa recebe para identificarmos as pessoas mais felizes e as menos felizes, mas esta lógica definitivamente não é verdadeira e é isso que quero demonstrar nesse texto.

Penso que a nossa inspiração quando refletimos acerca de ser feliz na carreira deve abranger muito mais do que o parâmetro da remuneração financeira, porque ao longo do tempo, vamos nos dando conta que existe outros critérios importantíssimos e que merecem toda a nossa atenção, como:

1)  Estar trabalhando numa empresa que nos dê oportunidades de aprender, desaprender, reaprender, nos reinventar e crescer juntos com a nossa organização. Isso nos traz muita motivação, senso de realização e felicidade com toda a certeza. Falo isso porque tenho o privilégio de atender diversas empresas que são verdadeiras escolas organizacionais e de vida. Empresas que muitas vezes servem como incubadoras de talentos que são descobertos, desenvolvidos e qualificados ao longo do tempo.

2)  Outro critério que sugiro que você considere é o do reconhecimento. Só quem tem o privilégio de trabalhar numa empresa onde a cultura organizacional trabalha o reconhecimento do esforço e dedicação dos seus colaboradores sabe o quanto o reconhecimento, que para mim, serve como um salário emocional, faz diferença positiva na nossa vida. Sentir-se respeitada, reconhecida e relevante naquilo que fazemos funciona como uma vitamina para a nossa alma e redobra nossa determinação em fazermos o nosso melhor

3)  Assumir responsabilidades é outro parâmetro que considero muito relevante quando pensamos em ser feliz naquilo que fazemos profissionalmente e isso independe de termos ou não um cargo de gestão, porque a liderança no meu entender não é um cargo, mas sim uma postura de vida. Se você age com senso de dono e se dedica com comprometimento naquilo que faz, com certeza o seu caminho para a felicidade profissional vai ser pavimentado com uma evolução contínua, com grandes desafios e grandes realizações. Estar no Time dos Engajados nos coloca em um prisma de excelência e tenha claro que a estrada da felicidade profissional não acontece em linha reta; ela é sinuosa, cheia de obstáculos, desapontamentos e se você for resiliente, entenderá que isso tudo está no seu pacote de aprendizados e é este combo de sensações que nos leva a sentir que somos felizes trabalhando, e que trabalho é fonte de vida.

4) Outro indicador que me chama atenção é o da contribuição. Para mim, sentir-se útil naquilo que fazemos profissionalmente é um dos mais importantes atributos para conquistarmos a felicidade profissional. Saber que a minha atuação faz diferença positiva na vida das pessoas me alimenta emocionalmente, me encoraja a fazer mais e melhor e me incentiva a sensibilizar outras pessoas a acolherem esse modo de ser e agir. Fazer o nosso melhor sempre e independente das circunstâncias nos possibilita sermos protagonistas da nossa própria jornada e isso é muito especial. Ter consciência de que não somos vítimas e colhemos diariamente aquilo que plantamos.

A nossa estratégia de vida diz muito se somos felizes naquilo que fazemos profissionalmente, isso porque o senso de felicidade vai depender do quanto o nosso autoconhecimento está em dia, porque muita gente acha que se conhece, que tem clareza dos seus pontos fortes e pontos de melhorias, mas se enganam, porque em verdade não se conhece suficientemente ou não tem um senso crítico bem alicerçado. No meu entendimento, a melhor forma de conhecermos verdadeiramente nossas forças e fraquezas é através de feedback. A partir daí, trabalhe diariamente a favor do desenvolvimento dos seus pontos fortes e neutralize seus pontos de melhorias de tal forma que o que há de melhor em você ganhe muita relevância, que os seus pontos fracos passem a ser desapercebidos.    

Cuide para não incorrer no erro da arrogância intelectual ou como também chamo de falta de humildade intelectual. Somos aprendizes a partir do dia que nascemos até o nosso último suspiro, ou seja, tenha plena consciência que você vai aprender com todo mundo e que por mais preparado que você seja, nunca saberemos tudo. Há sempre o que aprender, há sempre o que desaprender e haverá sempre o que reaprender e isso é a lógica da vida.

Tenha plena certeza de que a sua ética e os seus valores morais são os norteadores da sua carreira. Isso vai ajudar muito na sua tomada de decisão ao longo da sua vida e vai te proteger de escolhas infelizes. Lembrando que somos testados e a nossa ética é a base de toda escolha que fazemos ao longo da nossa jornada.

Outra questão que me ocorre agora e que tenho como relevante é que precisamos cuidar do nosso humor como quem cuida de uma joia preciosa. O estilo emocional de cada pessoa é contagiante e isso pode ser tanto positivo como negativo.

Você precisa entender o impacto que o seu estado de humor tem no meio onde você vive e busque sempre trazer leveza nas suas relações, seja de trabalho, seja nas demais áreas da sua vida. Porque uma coisa é certa, ninguém consegue ser feliz sendo zebrudo. O nosso senso de humor nos salva e inclusive protege a nossa saúde, pois pesquisas demonstram que as pessoas bem-humoradas têm o sistema imunológico mais saudável.

Agora é contigo. Vai ser feliz porque a vida é uma só!

*Por Jo Lima

Publicado em 10 de agosto de 2021

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 *Jo Lima é coach, palestrante e mentora em desenvolvimento humano e capacita profissionais para alta performance e gestão de equipes.
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